sábado, 25 de outubro de 2008


A Loba

Veio do cio
Correndo,
Estendida, gerada
Nas noites traiçoeiras
Entre trovoes do sertão,
Não sabe se veio por querência
Ou conseqüência...
Corre-se a selva no instinto do prazer
E uiva em noites quentes á captura
Do macho despido que canta ao luar
desnorteadas palavras

Palavras pingadas de suor,
com pingos de lágrimas,

Á espera da mudança da lua;
Transmutando seus pêlos eriçados
Revestindo sua carne de sangue-animal
É veio a loba
Aconchega ofegante
Dançam...
E atracados, acasalados,
travam por toda á noite

Juras secretas, num cio selvagem.

Barbara Perez

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