sábado, 25 de outubro de 2008

Heis-me aqui !


Eu, poetisa, vadia, amante
da vida infundida de razoes abstractas
fugindo entre bares e amores clandestinos,
bebendo pelas taças do destino
sem alento, sem fé e sem um ponto de chegada


Eu, poetisa,
marcada á correr vãos e estradas vadias
Herdeira da traição e fruto do dissabores
criança sem infância
perdida no rumo da intolerância a sentir frios
e voar pelo sonho de gritar ser ouvida pelo ceú
dos futuros pensadores e crescer no ventre
da sociedade enfartada de almas errantes


Eu, sem sentido, sem nexo
Poetizando amores e soluções
Descobrindo o ego que fere a fera amaldiçoada
Navalha que corta os sonhos dos injustos
Acalentados pelo mísero sossego dos poderes

Eu, vagante, vadia e perdida
sentindo na pele a dor da fome do menino que agoniza o pão social
Nos olhos vermelhos o choro dos meus choros de perdição
de amores mal resolvidos
revoltas de amantes mal atracados

Eu, poetisa
amante infiel,
devasso-proscrita
Na vida
Sedutora,
Eu, apenas eu,
Implorando o perdão...

Bárbara





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