sábado, 25 de outubro de 2008

GRITO


Quero gritar
Quero acreditar
Quero vivências
Quero rir debochada do
Sorriso que incomoda
E depois dançar pela fresta da lua vigilante
Quero gritar
Que perdi tudo ou quase tudo
No devaneio do teu amor
De crer que você existia
Dentro dos meus passos mal dados
Mal caminhados e querendo te encontrar
Quero disser que minha alma sangrava
No delírio de possuir á você
Que pude ver o céu de todos os estados
No teu braço másculo
Olhar todos os horizontes
Nos teus olhos fugitivos
Saborear todos os desejos e comidas
Comer todos os gozos
E todos os pratos
Mas posso gritar que pude afundar
Nas dores mais covardes
Dessa solidão ingrata
que maltrata ao perceber que você
Crescia nos seus passos traçados
em caminhos certos, sem tropeço
Colhendo frutos e amores
Quero gritar que conheci o inferno
nas noites traiçoeiras
Sem alento, sem aconchego
O grito dos desvalidos de paz espiritual
Buscando sossego em qualquer igreja,
Alento em qualquer braço,
Mergulhando em qualquer açude
Que desse sossego a esse desespero
Que apenas uma fêmea no cio saberá entender,
Esse cio que a terra virgem colherá
Na morte total da carne
Cansada de viver o dilúvio
Da própria lágrima e dor
A dor covarde da paixão!
endereçada á Isaque Martins

Bárbara

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